quarta-feira, 27 de abril de 2011

Terapia Cognitiva

Quem é um Terapeuta Cognitivo?
Judith S. Beck, PhD

(Tradução: Carla Andréa Serra. Transcrito, com permissão da autora, do boletim “Advances in Cognitive Therapy”, edição Julho de 2006, uma publicação conjunta da ACT – Academy of Cognitive Therapy e da IACP – International Association of Cognitive Psychotherapy)

Sempre que ofereço um workshop, eu pergunto aos presentes quem se considera um terapeuta cognitivo, quem é inexperiente com a terapia cognitiva, e quem utiliza algumas das técnicas da terapia cognitiva no tratamento clínico. Quinze ou vinte anos atrás, somente 10% da platéia se consideravam um terapeuta cognitivo. Atualmente, mais de 75% o fazem. Enquanto que essa porcentagem representa um aumento surpreendente, eu não necessariamente a considero inteiramente como uma boa notícia. Tenho descoberto que a minha definição de um terapeuta cognitivo freqüentemente não reflete a definição adotada pela maioria do meu público.

Ao longo de cada workshop, eu periodicamente e casualmente peço aos participantes que levantem sua mão caso eles façam o seguinte: 1) checar o humor do paciente de alguma forma, no início de cada sessão. 2) Estabelecer uma agenda próximo ao início de cada sessão. 3) Colaborativamente determinar lições de casa em cada sessão. 4) Pedir um feedback.

Esses elementos da sessão de terapia meramente refletem, obviamente, o mínimo em termos de fundamentos estruturais de tratamento. No entanto, apenas cerca de 10% dos terapeutas presentes em meus workshops, que se identificaram como terapeutas cognitivos, seguem esses itens tão básicos. Sua definição de um terapeuta cognitivo tende a ser aquele terapeuta que questiona o pensamento dos pacientes.

Quando perguntam sobre a minha definição de um terapeuta cognitivo, respondo que no mínimo, terapeutas cognitivos fazem o seguinte: 5) Eles continuamente conceituam o paciente e suas dificuldades de acordo com o modelo cognitivo e usam essa conceituação para planejar o tratamento ao longo das sessões e durante cada sessão em particular. 6) Eles continuamente trabalham em prol do desenvolvimento e manutenção de uma forte aliança terapêutica. 7) Eles coletam dados no início das sessões e conceituam os problemas dos pacientes a fim de colaborativamente estabelecer e priorizar uma agenda com o paciente. 8) Eles ativamente promovem a resolução de problemas e o acompanhamento do processo através de tarefas de casa estabelecidas colaborativamente (as quais freqüentemente são de natureza cognitiva ou comportamental). 9) Eles utilizam uma grande variedade de estratégias para ajudar os pacientes a identificar, avaliar e responder a disfunções cognitivas chaves, a fim de promover uma melhora duradoura nas emoções, comportamento, e (freqüentemente) respostas fisiológicas. 10) Eles continuamente trabalham em direção à prevenção de recaídas. 11) Eles variam a implementação dos itens acima a fim de atender as necessidades individuais de cada paciente.

Esses elementos são necessários, é claro, mas não suficientes para garantir um tratamento eficaz. Terapeutas cognitivos devem, por exemplo, aprender a formulação cognitiva e intervenções cognitivas específicas para cada transtorno de que tratam. Colocar um foco primário nas cognições negativas sobre si mesmo, o mundo e o futuro (como fazemos na depressão), muito provavelmente não será eficaz para pacientes com transtorno de pânico (os quais necessitam de um foco primário em suas interpretações catastróficas de seus sintomas). Terapeutas devem variar suas intervenções de acordo com os níveis de desenvolvimento e habilidade intelectual dos pacientes, seu grau de motivação e envolvimento com o tratamento, sua confiança no terapeuta, sua habilidade para concentrar-se e focalizar sua atenção, seus estilos de aprendizagem, suas crenças culturais e muitos outros fatores.

O título deste artigo é "Quem é um Terapeuta Cognitivo?". Eu preferiria que a pergunta fosse colocada da seguinte forma "Quem é um Terapeuta Cognitivo Eficaz?". Uma importante parte da missão da Academia de Terapia Cognitiva é identificar profissionais de saúde mental que não apenas praticam a terapia cognitiva, mas os quais a praticam bem. Você tem idéias a respeito de como podemos divulgar o que a terapia cognitiva eficaz realmente é? Em caso afirmativo, por favor envie-me um e-mail para jbeck@beckinstitute.org e a ACT (Academy of Cognitive Therapy) tentará implementar suas sugestões. Necessitamos de sua ajuda!

Who is a Cognitive Therapist?

Whenever I give a workshop, I always ask the audience who considers himself or herself to be a cognitive therapist, who is new to cognitive therapy, and who uses some cognitive therapy techniques in treatment. Fifteen or twenty years ago, only 10% of an audience labeled themselves as cognitive therapist. Now more than 75% usually do. While this number represents a staggering increase, I do not necessarily consider it to be wholly good news. I have found that my definition of a cognitive therapist frequently does not reflect the definition most of the audience uses.

Throughout each workshop, I periodically and casually ask participants to raise their hands if they do the following: 1) Check the patient's mood in some way at the beginning of each session 2) Set an agenda sometime near the beginning of each session 3) Collaboratively set homework assignments at each session 4)Ask for feedback.

These elements of the therapy session are, of course, merely the most minimal structural underpinnings of treatment. Yet only about 10% of the therapists in my workshops who self-identify as cognitive therapists do these very basic things. Their definition of a cognitive therapist tends to be a therapist who inquires about the patient's thinking.

When asked about my definition of a cognitive therapist, I reply that cognitive therapists, at the most minimum, do the following: 5) They continuously conceptualize patients and their difficulties according to the cognitive model and use this conceptualization to plan treatment across and within sessions. 6) They continually work toward the development and maintenance of a strong therapeutic alliance. 7) They collect data at the beginning of sessions and conceptualize patient's problems in order to collaboratively set and prioritize an agenda with the patient. 8) They do active problem-solving with patients and follow up with collaboratively set homework assignments (which are frequently cognitive and/or behavioral in nature). 9) They use a wide variety of strategies to help patients identify, evaluate, and respond to key dysfunctional cognitions in order to bring about an enduring improvement in patient's emotions, behavior, and (often) physiological response. 10) They continually work toward relapse prevention. 11) They vary their implementation of the above to meet the needs of the individual patient.

These elements are necessary, of course, but not sufficient to carry out effective treatment. Cognitive therapists must, for example, learn the cognitive formulation and interventions for each disorder they treat. Placing a primary focus on negative cognitions about the self, world, and future (as we do in depression) will very likely not be effective for patients with panic disorder (who need a primary focus on their catastrophic misinterpretations of symptoms). Therapists must vary their interventions according to patients' levels of development and intellectual ability, their degree of motivation for and engagement in treatment, their trust in the therapist, their ability to concentrate and focus, their learning styles, their cultural beliefs, and many other factors.

The title of this article is, "Who is a Cognitive Therapist?". I would prefer that the question be phrased, " Who is an Effective Cognitive Therapist?". An important part of the mission of the Academy of Cognitive Therapy is to identify mental health professionals who not only practice cognitive therapy but who also do it well. Do you have ideas of how we can better spread the word about what effective cognitive therapy is? If so, please email me at jbeck@beckinstitute.org and ACT will try to implement your suggestions. We do need your help!


Judith S. Beck, PhD
President, Academy of Cognitive Therapyhttp://www.academyofct.org/

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