Nos tempos atuais, o ser humano vive bem mais pressionado e estressado, tendo um curto espaço de tempo para a resolução de seus conflitos. No entanto, como o mundo está exigindo uma vivência mais árdua e instantânea, devido a um processo que a própria sociedade gerou e fortificou cada vez mais, as maneiras de ajuda através das psicoterapias, também devem ser breves e ao mesmo tempo, eficazes. Foi observado com o tempo, que algumas abordagens não atendiam a essa demanda da população (tanto pacientes quanto terapeutas), e que outras linhas terapêuticas precisavam de algo mais prático e objetivo para desenvolver uma forma de psicoterapia breve focada nos problemas atuais. Devido a essas situações embaraçosas, autores e cientistas contemporâneos, chegaram à conclusão de que as pessoas buscam as psicoterapias para solucionar algumas situações que o incomodam no momento, e não para resolverem conflitos do passado com o objetivo de mudanças no futuro.
Vários estudos já demonstram estas mudanças significativas que se multiplicam cada vez mais nas psicoterapias. As que se tornarão mais consistentes, certamente serão as que têm como base evidências científicas, resultados satisfatórios em um curto espaço de tempo, ou seja, as psicoterapias breves e consequentemente as que focam nos problemas específicos do paciente, não tendo dessa maneira, tempo para a terapia abordar assuntos que não são a chave do problema.
A linha terapêutica que está sendo considerada boa, com intervenção psicológica atual valorizada e resultados significativos, possui um papel mais diretivo nas mudanças para que paciente e terapeuta tenham uma conduta cooperativa de modo a permitir que o próprio paciente saiba reconhecer seus pensamentos distorcidos da realidade, para posteriormente modificá-los.
O que fez a Terapia Cognitiva ser aplicada pelo mundo como uma abordagem dominante nas últimas décadas (principalmente nos Estados Unidos), foram suas características distintas como caráter focal, breve, eficaz e objetivo. O modo pela qual ela se procedeu foi criado por Aaron Beck.
A Terapia Cognitiva se preocupou desde seu início em fundamentar intervenções específicas através de pesquisas, no qual foram realizados inúmeros estudos empíricos com o objetivo de avaliar sua autenticidade. Segundo um autor contemporâneo, devemos estar plenamente cientes das pesquisas que permeiam nosso âmbito profissional, a fim de efetuar escolhas condizentes às evidências científicas vigentes. Tantos os psicoterapeutas quanto os pacientes deveriam tomar ciência das vantagens e desvantagens das intervenções, seja ela a curto ou a longo prazo. Seria como dizer que na Terapia Cognitiva permeia um saber de cunho científico baseado no “aqui e agora” e não através de fenômenos ao passar do tempo.
A Terapia Cognitiva utiliza algumas técnicas como tarefa de casa para que o paciente tenha um melhor aproveito do tratamento e compreensão de seus problemas psíquicos. Esta apresenta uma grande vantagem que é a prevenção contras as recaídas, no entanto, foram realizados diversos estudos cuja finalidade fora de autenticar sua eficácia de fato resultando em validações significativas. Vários autores e pesquisadores, relatam a importância de um tratamento com a Terapia Cognitiva, pois tais estudos evidenciaram um prognóstico mais favorável em relação àqueles que faziam uso apenas de medicação.
Como estudante da abordagem cognitiva, acredito que pesquisas e resultados empíricos podem dar uma impressão errônea de uma “clínica mecânica”, porém o sucesso da Terapia Cognitiva, como em qualquer outra psicoterapia, irá depender de forma mútua do terapeuta e do paciente que devem estar constantemente agindo cooperativamente para solucionar os problemas, permitindo que o próprio paciente aprenda a identificar e modificar seus pensamentos, pois “as crenças que temos sobre nós mesmos, sobre o mundo e sobre o futuro, determinam o modo como nos sentimos. O quê e como as pessoas pensam afeta profundamente o seu bem estar emocional” (Aaron Beck). Seu fundamento é exatamente de que as pessoas atribuem significados aos acontecimentos da vida, e suas respostas emocionais e comportamentais surgem em razão dessas interpretações que fazem dos eventos, das situações em si.Elas controem pensamentos automáticos disfuncionais que não condizem com a realidade do sujeito. Essas manifestações cognitivas originam de “estruturas” que fazem parte do desenvolvimento processual, sendo assim, o homem é então um organizador de sua própria realidade e está em constante interação com o mundo em construção.
Considerando a postura construtivista, que defende a idéia de que nosso conhecimento é construído, pode-se entender o sistema de esquemas que resulta de experiências relevantes registradas no inconsciente. Os esquemas refletem o significado da percepção do real pelo sujeito e geram crenças que se expressam no pré-consciente na forma de pensamentos automáticos. Piaget dizia que quando uma pessoa vivencia uma experiência que não se encaixa em seus esquemas existentes, ela então tenta adequar o esquema a nova informação. No entanto, quando os indivíduos começam a perder essa flexibilidade cognitiva, eles tornam-se rígidos e seus esquemas tornam-se disfuncionais. Portanto o objetivo da Terapia Cognitiva seria ajudar a promover uma reestruturação cognitiva de forma a substituir esquemas e crenças disfuncionais por formas de pensar mais adaptativas e colaborativas para o indivíduo gerando uma melhora no humor e comportamento aproximando o sujeito de suas metas.
Essa “teoria” contradiz de certa maneira, que possíveis causas de alguns problemas das pessoas não estão nas raízes de suas experiências vividas na infância, ou seja, experiências como a atração e o desejo do filho pela mãe no sentido de manifestar interesse em casar com ela, mas posteriormente descobre o tipo de relação dos progenitores, e sente rivalidade para com o pai. A menina seduz o pai , mas é mais difícil rivalizar contra a mãe porque receia perder o seu amor. Freud considera que a forma como se resolve o complexo edipiano (explicado muito sucintamente acima) influenciará na vida afetiva futura. Sendo contemporânea, não é muito provável que pacientes queiram saber se seu problema atual é consequência de seu desejo pela mãe, ou pelo pai nos seus três a seis anos de idade.
Foi provado que a abordagem cognitiva funciona para qualquer tipo de transtorno, inclusive nos casos de esquizofrenia para o treino de habilidades sociais. Ela se disponibiliza de várias técnicas, mas como qualquer psicoterapia, estas devem ser aplicadas de maneira adequada para que sua efetividade seja comprovada. Há trabalhos científicos divulgados o suficiente para afirmar que essa abordagem criada na década de 60, hoje é um método psicoterapêutico mais utilizado pelos profissionais, e também, serve de modelo para várias outras abordagens que tentam se encaixar no mundo pós-moderno, ou seja, uma psicoterapia que acompanha o ritmo da modernidade no contexto geral. Por isso a explicação de sua eficácia: problemas atuais pedem uma terapia mais ativa e diretiva, ou seja, a Terapia Cognitiva.
Por: Mari Ximenes
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